O Sintrace chegou para requerer todos os direitos da classe, entre eles de formar, recrutar e prestar serviços na forma da Lei Federal 9615/98, art. 88.
O presidente do Sintrace, Marçal Rodrigues Mendes, em entrevista ao Toque de Bola, fala um pouco de sua experiência como árbitro, destaca alguns momentos da carreira, orienta aos novos profissionais e explica os objetivos da entidade, fundada em 2016.
Segundo ele, o Sintrace, que hoje é Nacional, apresenta-se aos agentes do desporto Nacional, à comunidade esportiva e aos entes federativos como entidade de classe voltada para o desenvolvimento da arbitragem Nacional.
O Toque de Bola com Adriana Vieira, em sua primeira entrevista de uma série programada, visa à divulgação do trabalho realizado por grandes profissionais do esporte, além de agregar conhecimentos para quem deseja entrar para os quadros e se tornar um bom árbitro.
Toque de Bola – Nome e profissão?
Marçal Rodrigues Mendes, sou árbitro de futebol regulado na Lei Federal 12867/13.
Toque de Bola – Quando iniciou sua carreira como árbitro?
Comecei em 2000.
Toque de Bola – Formou-se quando e em qual Federação?
Me formei no em 1999, na instituição Esportiva FFERJ.
Toque de Bola – O que o motivou a ser árbitro?
A afinidade pelo esporte e, em especial, ao Futebol.
Toque de Bola – Atuou por quanto tempo?
Atuo até hoje, mas no futebol profissional de rendimento, até 2013, retornando aos quadros de 2015 até 2019, através da Coopaferj.
Toque de Bola – Quais jogos atuou?
Não sei precisar, mas no futebol profissional de rendimento, desde a categoria de base cerca de quinhentos jogos.
Toque de Bola – Qual jogo considera mais importante da sua carreira? Motivo do destaque?
Ano de 2010, na partida entre Macaé X Flamengo, Estádio do Volta Redonda, jogo à noite com transmissão pela SPORTV. Houve falta perto da área do Macaé, que vencia por 1X0, apertei o botão da bandeira eletrônica sinalizando ao árbitro Arruda, para aplicar cartão amarelo, o Wagner Love bateu rápido e quando o Arruda me olhou, achava que era impedimento, teve tranquilidade e deixou o lance seguir, o Vinicius Pacheco muito ligeiro saiu de trás uns cinco metros e recebeu a bola a quinze metros na frente, pegando a zaga do Macaé desprevenida e empatou o jogo. Teve reclamação, mas a imprensa localizada atrás do banco do Macaé, que reclamava sem parar, deu razão à nossa marcação, daí eles silenciaram.
Toque de Bola – Qual foi o jogo mais difícil de apitar ao longo de sua carreira?
Atuei como árbitro assistente, foi nos jogos do Floresta X Olaria, estádio do América, ano 2007, valendo vaga na Série A do estadual da FERJ de 2008. Olaria VENCEU e favoreceu o BANGU, já que o Olaria já estava eliminado e, se o Floresta vencesse o Bangu, ficaria ameaçado de não subir. Já no jogo Tigres do Brasil X Nova Iguaçu, pela Série B, em 2009, valendo vaga para Série A da FERJ 2010, se o Tigres empatasse com o Goytacaz, ganhava a vaga. TIGRES DO BRASIL venceu e subiu para a Série A.
Toque de Bola – Durante o período como árbitro, algum ato inusitado ou fato engraçado que gostaria de destacar?
Ano 2012 série B, Guarani 1 x 3 Sport/PE, transmissão SPORTV, árbitro Jean Pierre/RS, estava pouco febril e pouca energia, quando acabou o jogo desabei no vestiário, teve lance inusitado, aos 39m do segundo tempo escanteio a favor do Guarani, a zaga rebate e o zagueiro do Guarani recebe na altura do meio de campo e não dominou a bola, que vinha fugindo dele até chegar na lateral do campo, onde me posicionava na altura do meio de campo, daí o atacante do SPORT/PE apertou fechando o seu ângulo chutando sem jeito para frente, o atacante antecipou e deu carrinho de lado, com um metro de distância da jogada onde a bola rebateu na sua perna e voltou na direção do zagueiro, A BOLA RASPOU na perna dele, não havendo desvio claro. Dei lateral para o Guarani pela circunstância da partida, estava 3 x1 para o visitante, a jogada não foi clara, e se o atacante bate o lateral havia apenas um jogador no campo de defesa do Guarani além do goleiro, outro atacante do SPORT. Assustado pela minha marcação do lateral, que possivelmente resultaria em mais um gol, eu olhei para o atacante e pisquei o olho. Ele percebeu o cenário e meu gesto de boa vontade com seu adversário, deu grande risada e no final ainda me deu parabéns. A minha tomada de decisão foi de poupar nossa imagem, pois caso saísse um gol nessas circunstâncias (seria o quarto gol) a probabilidade de haver tumulto seria muito grande.
Toque de Bola – Quais jogadores mais disciplinados que gostaria de destacar durante o período da sua carreira?
Todo craque nato é disciplinado, ele precisa muito da arbitragem para suavizar seu rendimento, daí ele colabora. É raro um craque que não se afina com a arbitragem, quando isso acontece, ele só tem a perder.
Toque de Bola – Algum jogador disciplinado que queira salientar e outro, indisciplinado?
Serei genérico, o craque é naturalmente disciplinado gosta de jogar bola. Já o considerado “perna de pau”, aquele que dá canelada e gosta de jogar a bola para longe (chutão), geralmente é um cabeça de área ou defensor sem habilidade necessária para laborar e progredir na profissão.
Toque de Bola – Destaque cinco características importantes para ser um bom árbitro?
Ser estudioso, aplicado, disciplinado, ter sentimento coletivo e hábitos saudáveis.
Toque de Bola – Qual a sua orientação para o árbitro iniciante, como deve se preparar?
Ele deve seguir o item doze, ou seja, as cinco características para ser um bom árbitro.
Toque de Bola – O que o levou a seguir com tanto êxito o sindicato da classe?
Ver constantemente as injustiças que recaem sobre a categoria, além da precarização e atraso social sem haver nenhuma punibilidade ou mesmo freio dos atos ilícitos cometidos pelos dirigentes das instituições esportivas (confederações, federações e ligas), que agem como fossem patrões. NÃO SÃO. Daí entrei na faculdade Estácio, e fiz o curso de Direito em 2014. Em 2016, fundamos o SINTRACE.RJ e, em 2019, conseguimos a carta sindical processando o governo federal que não reconheceu e vencemos, após passamos a realizar denúncias no MPT.TJ que atuou com muito rigor onde a FERJ no IC 051/2014 se adequou à legislação, não mais exigindo estar associado a uma entidade e não mais contratou pela Coopaferj (que fechou às portas) a nossa mão de obra. Além da CBF, que em 2022 também não mais exigiu a condição etária, barba feita e curso superior para laborar a profissão. Temos várias outras ações que constam no nosso site www.sintrace.org.br. Hoje o sindicato é nacional e não mais estadual.
Toque de Bola – Quais as suas considerações finais…
A nossa diretoria é fechada para requerer todos os direitos da classe, entre eles de formar, recrutar e prestar serviços na forma da Lei Federal 9615/98, art. 88 caputs. Direito Constitucional Previdenciário e de imagem, combater e denunciar as fraudes, exemplo, quando o árbitro constitui uma empresa e passa a prestar serviços de arbitragem esportiva através dela que tem interesse econômico, inclusive para prefeituras. Gente isso é aberração e fraude descarada, quem pode recrutar os trabalhadores e prestar serviços de arbitragem esportiva são as entidades da classe. O sindicato está cadastrando todas entidades da classe para podermos atuar em conjunto em benefício da categoria, recolhendo os 11% do INSS e provendo o direito de imagem que é inalienável.
Na história do sindicalismo da categoria tem muito malandro que nada faz e gosta de aparecer à custa da entidade sem nada produzir, inclusive tirando proveito das condições documentais de outras entidades para dar voos mais altos na sociedade, uma hora a conta chega e precisa revelar de onde partiu todo o custeio, se houve desvio de finalidade. Aqui não passará e estamos de olho para processar e denunciar a qualquer tempo esse (s) espertalhão (ões). Trabalhador, denuncie qualquer conduta abusiva dos dirigentes de entidades esportivas (federações, confederações ligas) ao sindicato, envie todos os regimentos internos e regulamentos de arbitragem para o nosso e-mail ouvidoria@sintrace.org.br. VEM CONOSCO!
Sindicato é para lutar – Sindicato é a Casa do Trabalhador.
#LULAPRESIDENTE2022 / faz o L pela paz e prosperidade e desenvolvimento social.